Ninhos


Prometi a mim própria e, até pela experiência anterior no "sapo" que este seria apenas um blog fotográfico... Comecei por colocar um texto, mais outro... e agora surge ainda outro. Não sei até quando conseguirei manter este paralelismo entre imagem e escrita... talvez, até eu querer... :)
..."Andorinha,andorinha,minha andorinha", pediu o príncipe uma vez mais,"fica comigo mais uma noite"... Durante todo o dia seguinte, a andorinha ficou sentada por sobre o ombro do príncipe, contando-lhe histórias do que tinha visto em terras distantes.Falou-lhe dos íbis vermelhos, que permanecem em longas filas nas margens do Nilo e que apanham peixes dourados com os seus bicos; falou-lhe da Esfinge, tão velha como o próprio mundo, que vive no deserto e que tudo sabe; falou-lhe dos mercadores, que caminham vagarosamente junto dos seus camelos e levam nas suas mãos colares de âmbar; falou-lhe do Rei das Montanhas da Lua, que é preto como o ébano e venera um grande cristal, da grande cobra que vive nas palmeiras e que vinte sacerdotes alimentam, com bolos de mel... Por fim chegou a neve e com a neve veio o gelo. As ruas pareciam feitas de prata, de tão lisas e brilhantes que estavam; como punhais de cristal os sincelos enfeitaram os beirais das casas... Até que um dia a andorinha soube que ia morrer. Apenas lhe restavam forças para voar uma vez mais até ao ombro do príncipe. "Adeus querido príncipe!", murmurou, "deixas-me beijar a tua mão?"."Ainda bem que partes finalmente para o Egipto, minha andorinha", disse o príncipe, "ficaste aqui demasiado tempo; mas deves beijar-me os lábios porque eu adoro-te. "Não é para o Egipto que eu vou", respondeu a andorinha,"Vou para a Câmara da Morte. Ou não é a morte a irmã do sono?"...
in “O Príncipe Feliz”, Oscar Wilde
in “O Príncipe Feliz”, Oscar Wilde
quinta-feira, maio 19, 2005
Se esta rua fosse minha...



Quando olhei de novo para estas velhas lanternas, não consegui evitar de pensar... "se esta rua fosse minha..." porque deve ser lindo viver numa casa com referências tão belas como estas lanternas, em pleno séc XXI . Também não consegui evitar de pensar na velha Cantiga de Roda. Aqui fica, para recordar...
NESTA RUA
Nesta rua, nesta rua, tem um bosque
Que se chama, que se chama, solidão
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei seu coração
É porque tu roubastes o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque eu te quero tanto bem
Se esta rua se esta rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu amor passar
(Autor desconhecido)
PS. Todas estas fotos foram feitas em Óbidos.
segunda-feira, maio 16, 2005
Pequena história de uma vida... saída da "cartola"




Não sei se as rosas serviram de desculpa para a vida... se a vida serviu de desculpa para as rosas... Melhor que eu, di-lo-á o Mestre Cartola. Bj. Penelope
PS. Se acharem que vale a pena... ouçam Ney Matogrosso a "dizer" estas palavras, como ningúem !
As Rosas não Falam
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão, enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim.
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai.
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe sonhar mais mil sonhos
Por fim
sexta-feira, maio 13, 2005
Asas...



As moscas, os abutes e a libelinha... mais um conjunto com um lugar comum.
A primeira, com sabor a "pornografia"... surpreende-me sobretudo a forma como o macho coloca as patas sobre a cabeça da fêmea... deve doer...
Na segunda, são animais que me assustam... a morte faz parte da sua existência...
Na terceira... apenas um detalhe de uma libelinha... o toque de beleza que faltava...
O lugar comum ? simples... já todos descobrimos...